O templo, elevando-se sobre a areia e o mar que o cercava, era uma visão e tanto. A sua sombra fornecia uma sombra curta abaixo. Era meio-dia e Zahara estava parada à sua porta ornamentada.
Ela tinha vindo, tal como os outros hóspedes do resort, para se deleitar com a sua beleza, mas eles desconheciam os segredos que jaziam dentro das suas paredes.
Zahara era uma dos poucas pessoas que conheciam o verdadeiro propósito do templo. Ela havia estudado os textos antigos. Ela tinha ouvido sussurros da magia que estava dentro das suas paredes.
Ao entrar no templo, ela foi tomada por um sentimento de admiração e entusiasmo. O ar estava carregado com o cheiro de incenso. As paredes eram adornadas com esculturas e artefatos intrincados.
No final de um pequeno corredor entre os assentos, havia uma grande estátua de uma bela sereia, com escamas brilhantes e longos cabelos esvoaçantes. Tinha uma presença real e dominante, como o oceano que a divindade governava.
"Não lhe faz a devida justiça..." pensou Zahara, enquanto olhava para a estátua de Marazure, a Observadora das Ondas. Ela não se conseguia lembrar quando ou onde a encontrara, mas lembrava-se do que ela lhe havia pedido.
"Que a paz e a harmonia reinem para sempre entre os reinos subaquáticos e os habitantes da terra."
Passando pela estátua, bateu palmas à frente da testa e enrolou os dedos ao baixar as mãos, mostrando o seu compromisso com a causa.
Virou à esquerda e começou a descer as escadas, para as seções subterrâneas do templo.Explorou as profundezas do templo, admirando a beleza e a complexidade daquela estrutura antiga.
Era como se tivesse sido transportada para um mundo diferente. Um mundo cheio de magia e mistério. Zahara não pôde deixar de se sentir impressionada com o poder do templo. Ela sentia um reverência imensa pela antiga magia que estava dentro daquelas suas paredes.
Enquanto ela explorava mais profundamente o templo, ela sentiu uma sensação de desconforto. O ar ficou mais frio. As sombras ficaram mais longas.
Ela ouviu um barulho atrás dela e se virou para ver uma figura encapuzada sair das sombras.
A mão de Zahara foi para a sua sacola de feitiços, pronta para se defender; mas quando a figura deu um passo à frente, ela viu que não era um monstro ou uma fera, mas um homem. Estava vestido com uma capa com capuz e os seus olhos brilhavam na penumbra.
"Quem é você?" Zahara perguntou, a sua voz firme.
O homem deu um passo à frente e, ao fazê-lo, Zahara viu que ele segurava um livro. Era um tomo antigo, encadernado em couro e cheio de símbolos estranhos.
"Eu vim para desvendar os segredos deste templo."
Zahara sentiu uma sensação de desconforto e perguntou-se quem era aquele homem e por que estava aqui. Ela tinha ouvido rumores de um culto que procuraava pelos segredos do templo. Faria este homem parte dele?
"O que quer com o templo?" Zahara perguntou.
O homem deu um passo à frente e, ao fazê-lo, Zahara viu que não estava sozinho. Um grupo de figuras encapuzadas emergiu das sombras e Zahara percebeu que estava cercada.
"Estamos aqui pela magia", disse o líder, a sua voz cheia de reverência. "A magia que existe dentro destas paredes."
Ela sentiu medo, como não sentia há mais de cem anos, e percebeu que estava em perigo. Convocando uma bola de luz mágica para ver o seu caminho, Zahara aproximou-se cautelosamente da figura encapuzada. A sua mão pairava sobre a sacola de feitiços, de novo.
Ao se aproximar, percebeu que o homem encapuzado era alto e musculado. Usava um manto sobre a sua armadura, escondendo a sua identidade.
"Quem é você?" perguntou ela novamente, a sua voz ecoando pelos corredores do templo.
O homem simplesmente sorriu. "Eu poderia fazer a mesma pergunta, feiticeira," ele respondeu, numa voz suave e confiante.
Ela recusou-se a deixar o medo transparecer. Ela era uma feiticeira poderosa e não tinha medo de um estranho com uma capa. "Estou aqui para explorar o templo", disse ela, erguendo o queixo em desafio.
O sorriso do homem desapareceu e ele deu um passo à frente, a sua mão alcançando a sua espada. "Receio que isso não seja possível", disse ele, a voz fria e ameaçadora. "Este templo está fora dos limites para forasteiros. E quanto a você, feiticeira... você tem algo que pertence a mim."
Zahara sentiu seu coração disparar ao perceber que aquele estranho não era apenas um guarda aleatório. Ele andava atrás dela e não ia deixá-la sair do templo.
Ela convocou todo o seu poder, pronta para lançar uma enxurrada de magia sobre os estranhos. Mas antes que ela pudesse fazer isso, ele se lançou para frente, sua espada brilhando na luz.
Swoosh
Zahara esquivou-se, enquanto tentava voltar para a entrada do templo; mas o estranho era muito rápido e implacável. A magia dela não era páreo para a espada dele e ela viu-se encurralada, rapidamente. Os seguidores cercaram-nos.
Ela sabia que estava metida em problemas e que o seu tempo se esgotava.
O estranho deu um passo à frente, a sua espada apontada ao peito dela. "Diz-me o que vieste aqui procurar, feiticeira," disse, a voz baixa e ameaçadora. "E talvez eu te deixe viver."
Ela havia sido pega e estava à sua mercê.
Zahara fechou os olhos, pronta para aceitar o seu destino. Foi então que ouviu uma voz na sua mente, uma voz que ela reconheceu. Era Marazure e tecia palavras de encorajamento.
A feiticeira Zahara sentiu uma centelha de esperança no seu peito ao abrir os olhos. Ela convocou todo o seu poder e lutou com todas as suas forças, os seus feitiços brilhavam e seus encantamentos ecoavam pelos corredores do templo.
Alguns dizem que, até hoje, o choque entre a magia e o metal ainda pode ser ouvido nas profundezas do Templo de Marazure, na fronteira norte de Terrastilin com Aquhydr.
A Última Batalha de Zahara Kaali.